domingo, 16 de março de 2008

JUGULAR


Diz que temos em média 60 mil pensamento por dia, ufa. Isso é mais do que Bollywood! Cinema na cabeça e nenhuma câmera na mão. Uma caneta, às vezes. É muito prazeroso e criativamente empolgante, fazer parte de uma história bem sucedida de cinema. Já postei aqui sobre o primeiro longa que fiz e, essa, foi uma experiência abençoada, pois eu estava muito a fim de fazer e toparia fazer de graça sem pestanejar. Esse tipo de "investimento" não é, no meu caso, uma postura oportunista mas uma disposição sincera de construir histórias junto.

Depois soube pelos bastidores de diversas "conversas" sobre a minha participação no projeto. Gente que fez questão que eu ficasse e gente que não apostou nada. Ainda bem que só soube disso depois do filme pronto e do meu trabalho ter calado a boca de quem achava que a minha participação era dispensável. Adoro não ter tido que entrar nesse tipo de discussão durante o processo, pois sei que ficaria muito brochado.

Anos mais tarde ouço de um produtor na correria de salvar o próprio rabo que um tal novo projeto era a minha cara e que ele estava em falta comigo, blá, blá, blá...Gente, é preciso entender uma coisa: produtores nunca acham verdadeiramente que estão em falta com você. Já o contrário é recorrente. Se você um dia topou fazer um trabalho pela metade do seu cachê - pq o cara é seu brother, vc acredita no projeto, etc - esqueça que algum dia esse tipo de produtor vai te chamar pra algum trabalho por mais que esse valor. Então, o que eu acho e pratico é: se eu quero fazer um projeto que me acrescente pessoalmente, eu faço feliz, se não, não dá pra negociar. Na verdade acho que o ideal seria sempre fazer projetos que a gente ama e ganhar o que cobramos por isso.

Tenho uma preguiça enorme de ver alguns amigos fazendo uma puta média com gente que realmente caga pra eles profissionalmente. Ultimamente o cinema virou isso. Um grande comercial de eletro-eletrõnicos. Um backstage de publicidade ruim. O profissional de cinema virou um atleta numa corrida de obstáculos. O ego dos produtores, dos diretores, dos fotógrafos. E é toda uma relação parasitória que me dá enjôo. Gente, vamos fazer cinema de amor? Vamos ser feliz?

Vai câmera!

Ação!

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